sexta-feira, 16 de outubro de 2020

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unmemory

Como grande fã de jogos de fuga tipo Room Escape, foi com grande prazer que vi a chegada esta semana de unmemory da Patrones y Escondites, e publicado pela Plug In Digital, um jogo fortemente inspirado em filmes como Memento de Christopher Nolan, onde acompanhamos o protagonista da história, que tem um raro problema de memória, na procura do assassino da sua namorada.

Como se pode ver no final do vídeo e nos materiais promocionais do jogo, estamos perante um livro que se pode jogar, ou um jogo que se pode ler, e a maneira como o fizeram é brilhante, e deixa-nos agarrados do início ao fim da história. A sensação de que somos um autêntico Sherlock Holmes está lá sempre presente no final de cada capítulo, quando chegamos finalmente à solução que nos permite avançar para a próxima parte da história.

Em unmemory vestimos a pele do protagonista, que teve um acidente e sofre agora de um raro problema de memória. Começamos por encontrar a nossa namorada morta, e na tentativa de encontrar o seu assassino vamos andar a ler o livro à procura de pistas no texto, em tatuagens que temos no corpo, e em vários objectos que vamos encontrando pelo caminho. Isto faz muito lembrar o filme Memento (que têm mesmo de ver pois é brilhante), e ainda bem, porque podermos resolver nós próprios este mistério e os seus puzzles é algo que dá mesmo muito prazer, ao invés de vermos tudo acontecer numa televisão à frente dos nossos olhos.


Portanto, à medida que vamos lendo a história, podemos ver que há partes do texto que não estão completas, culpa do nosso problema de memória, e como tal temos de ir procurar pistas no texto mais à frente ou em objectos e gravações áudio, de maneira a desbloquear a memória e podermos aceder a estas partes mais tarde. Isto obriga-nos a andar para cima e para baixo no texto, porque se vão abrindo novos caminhos à medida que vamos resolvendo os mais variados puzzles.

Não se admirem de andar a saltar no tempo para trás e para a frente, porque esta memória não é falível, e só no final do jogo é que poderemos perceber a imagem completa de tudo o que nos está a acontecer, e já aconteceu. Depressa percebemos que a nossa namorada fazia parte de um grupo chamado The Killer Kittens, um grupo de mulheres que fazia todo o tipo de activismo misturado com assaltos e actividades artísticas. À medida que vamos descobrindo mais sobre o grupo, mais memórias vamos desbloqueando, e num instante nos vemos em mãos com umas estranhas caixas chamadas "Debasers", as quais temos de desbloquear em cada um dos capítulos do livro usando as pistas espalhadas pela história.

Temos de estar sempre atentos ao texto, pois por vezes encontramos alguma palavra no meio de parêntesis rectos, e ao tocar nelas podemos desbloquear alguma memória, alguma gravação áudio, e até mesmo músicas. Quando desbloqueamos uma memória, por exemplo ao ouvir uma determinada música, podemos ter de voltar a ler o capítulo desde o início à procura de todos os espaços que antes estavam em branco, e estão agora preenchidos com novos blocos de texto.

Cada capítulo introduz novas mecânicas de puzzles para se resolver, mas o mais certo é andarmos a passear no texto para cima e para baixo, encontrando cada vez mais pistas, de maneira a conseguir abrir um cofre, ou a desbloquear as estranhas caixas "Debasers". Preparem-se para tomar muitas notas, porque este jogo tem imensos detalhes e pequenas coisas para memorizar e usar mais tarde.

Isto também é válido para a repetibilidade do jogo, pois podemos voltar aos capítulos que já lemos e usar pistas que encontramos noutros capítulos que nos permitem desbloquear coisas que ainda não sabíamos que podíamos desbloquear. O jogo está carregado de extras que nos ajudam a perceber melhor a história, levando-nos a repetir todos os capítulos novamente, e até a levar-nos para fora do jogo, com coisas para descobrir no mundo real.

Se há um jogo que me fez sentir estar de facto fechado numa sala de onde tenho de fugir, é mesmo este. Os puzzles são brilhantes, intuitivos, e bem desafiantes, com uma atenção incrível ao detalhe, com uma música espectacular espalhada por vários momentos do jogo, um grafismo impecável, e vozes de grande qualidade que encontramos aqui e ali. Fica o aviso que o jogo não está traduzido em Português, portanto há que estar à vontade com a língua inglesa, e se for esse o caso, e gostam de resolver um bom mistério, este jogo é algo que não podem deixar passar ao lado.

Já agora, podem jogar o primeiro capítulo directamente neste site se estiverem curiosos, o que vale bem a pena.

unmemory na App Store

Tamanho: 1.3 GB


unmemory - Rating: 5

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